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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

A dor do abismo


dói-me ver os meus fracassos
meus estilhaços,meus delírios,
dói-me ver os meus vacílos,
meus deslizes em corda bamba

Dói-me a praga da tristeza
do egoísmo,e da maldade,
dói-me os olhos,lágrimas,
e dói,e dói,e dói saudade

Dói-me as costas,por carregar
na mesma,tantos defeitos
inquestionáveis,incorrigíveis
indecifráveis

Dói-me a alma,aperta e rasga,
vem devassa,vai vazia,me prende
me espia,eu continuo a passar
a mão em minhas próprias fraquezas,
e mesmo sem saber os extras
o fim já posso julgar.

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